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Publicado em 26/02/2016 ás19:00
O jardineiro Vagner Fernandes do Nascimento foi reconhecido culpado pelo conselho de sentença pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e estupro. Diante da decisão dos jurados, o juiz Márcio Umberto Bragaglia aplicou a pena de 31 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, mais 10 dias multa. Esse foi o desfecho do assassinato da estagiária do Senai, Mariane Telles, 17 anos, ocorrido no dia 16 de março de 2015.
A sentença é a soma dos delitos cometidos pelo jardineiro: Homicídio triplamente qualificado - pena base de 18 anos de reclusão, com agravante do homicídio ter sido cometido no intuito de assegurar a impunidade de outro crime (o estupro), passa a 21 anos de reclusão; Estupro - pena de nove anos de reclusão em regime inicial fechado, pelo fato do crime ter sido cometido no local de trabalho e estudo, causando grande insegurança social na instituição de ensino. Além do fato que a vítima não possuía qualquer experiência sexual, pretendendo resguardar-se para o casamento, devido as suas conhecidas convicções religiosas; Ocultação de cadáver - pena de 1 ano de reclusão em regime aberto, mais 10 dias multa.
“Os crimes de homicídio qualificado e estupro são considerados hediondos, de modo que a progressão de regime acontecerá apenas após o cumprimento de dois quintos da pena, pois o réu cumpriu apenas 287 dias desde sua prisão. O acusado responderá o processo preso diante da gravidade dos delitos cometidos, pois sua forma de execução demonstram a frieza e a necessidade do resguardo do meio social, razão pela qual não concedo o direto de recorrer em liberdade”, proferiu o magistrado, por volta das 17h20min desta sexta-feira (26) na sala de sessão do Fórum de Joaçaba.
O promotor de justiça, Protásio Campos Neto, que atuou na acusação, sendo auxiliado pelo advogado Daniel Meira, disse que a sentença ficou dentro do esperado. “Como eu disse desde o início, a denúncia foi oferecida já pensando em uma pena de 30 anos, pois conheço o extremo rigor do juiz, ainda mais quando envolve questões sexuais”, destacou. “É impossível trazer a vida da moça de volta, mas a justiça dos homens é essa, pautada no código penal”, acrescentou.
A decisão não agradou o advogado de defesa Álvaro Xavier, que não teve suas teses acatadas pelos jurados. “Vou recorrer da sentença de estupro e das qualificadoras, baseado que não há provas contundentes”, justificou. De acordo com ele, o júri decidiu com provas contrárias aos altos. “Acredito que o Tribunal de Justiça possa derrubar pelos menos o crime de estupro”.
Depoimento confuso
O depoimento do jardineiro não foi convincente e os motivos da morte de Mariane ainda ficaram obscuros. Vagner admitiu ter atraído Mariane até o depósito do Senai para comer sementes de girassol. Em sua nova versão, a vítima teria reagido quando ele tentou agarrá-la. Temendo que ela contasse, empurrou a adolescente que bateu a cabeça no armário e morreu. No entanto, não conseguiu explicar para o juiz a utilização do torniquete com fio de nylon, o qual asfixiou a vítima.
Reação da família
Após a pronúncia da sentença, Vilmar e Ingrid Telles saíram aos prantos do Fórum. Dona Ingrid, só aceitou falar com a imprensa depois de receber o abraço de familiares e amigos. “A punição que ele merecia, era sair da cadeia quando a Mariane voltasse. Como ela não vai voltar, ele não merece sair de lá”, disse em tom de desabafo.
Assista a entrevista abaixo:
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