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Publicado em 09/07/2019 ás11:00
Sentir! Este foi o objetivo de alunos e professores da Escola Estadual Julia Miranda de Souza, em Navegantes, com a criação da sala sensorial. Um espaço escuro, com muito barulho, cheiros fortes, alguns obstáculos e diversos objetos para tocar. Sempre, porém, com os olhos vendados. A experiência foi compartilhada com cerca de 1.300 estudantes, pais e convidados. Assim, todos puderam vivenciar a realidade de um autista, que enfrenta estas dificuldades diariamente.
A sala sensorial foi uma ideia da professora Ruth de Cássia Rodrigues, para melhorar o processo de inclusão de quatro estudantes com autismo que chegaram ao colégio Julia Miranda de Souza. “Muitos alunos não entendiam o motivo pelo qual os autistas eram agressivos (em alguns momentos), reclamavam constantemente do barulho, do cheiro forte de cremes e perfumes de outras pessoas e não conseguiam interagir”, disse a professora.
Então, para facilitar esse processo, foi lançado um desafio na escola: sentir para conseguir incluir. A partir disso, a sala sensorial veio para ajudar. Todos os estudantes tiveram os olhos vendados, entraram em uma sala escura, e a primeira sensação foi o cheiro forte. “Os autistas têm o olfato apurado. Por isso, um perfume ou mesmo um creme dificultam a vida deles”, revelou Ruth.
Na passagem pelo circuito montado na sala de aula, os estudantes precisaram tocar em objetos como grama, tampinhas de garrafa, penas, argila e gelo. “Todos tiveram algum tipo de medo e desconforto. Afinal, sem conseguir enxergar, o nosso tato fica mais aguçado. É exatamente assim que vive um autista. Ele sente de uma forma intensa. Por isso, ele não gosta de abraços e contato físico, já que é algo dolorido para um autista”, disse.
Continuando com o universo das sensações, os estudantes tiveram que enfrentar o barulho. Foram usados pandeiros, caixas de som, tambores e pratos para atrapalhar a passagem pela sala sensorial. “Representamos algo parecido no universo autista. Em momentos de crise, eles ouvem barulhos ensurdecedores. Por isso, costumam colocar as mãos nos ouvidos e ficam se debatendo”.
Ao final deste percurso na sala sensorial, os estudantes participaram de um teatro sobre o universo do autista. Eles entenderam um pouco mais da deficiência e como podem contribuir para ajudar na inclusão. “Agora, eu me sinto mais preparado para conviver com os meus colegas autistas e, principalmente, para conviver comigo mesmo e respeitar os meus limites”, disse o aluno Felipe da Silva, que tem 16 anos e frequenta o segundo ano da Escola Julia Miranda.
Estudantes de outros colégios e também alguns pais se interessaram pela experiência e também tiveram a oportunidade de passar pelo circuito. “Quando a gente entende a realidade de um autista, dá vontade de contar para o mundo. Quero passar esse aprendizado à diante. Nós somos iguais e merecemos viver de uma forma unida e feliz”, contou a aluna Natasha Trimmer, de 17 anos.
Fonte: Assessoria de ComunicaçãoDe acordo com informações iniciais, Juliano estava na casa do sogro na manhã deste domingo (14), quando tirou a própria vida
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