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Herval d' Oeste

Universitária relata indignação com julgamento em Herval d´Oeste

Publicado em 13/07/2015 ás18:03

Momento da sentença

Foto: Momento da sentença

Uma jovem, formada em direito, assistiu o julgamento na última sexta-feira (11) em Herval d´Oeste e saiu tão indignada quanto a família da vítima Seloni Aparecida de Azeredo Inocente. Ela quis relatar ao Portal Caco da Rosa sua visão sobre o Júri, porém pediu para não ser identificada, temendo represália.

Confira o relato:

De início o júri pareceu bastante desconcertado e desentendido da função que iria desempenhar diante do caso. Conforme ocorria o sorteio, alguns diziam “meu Deus!”, “ah não!”, “eu não queria!”, da mesma forma gesticulavam para os que não foram sorteados, demonstrando que não queriam estar ali.

Perguntas que não calam: eles receberam orientações de como proceder? Entendiam sobre a gravidade do fato? Todos com idade considerável e experiência de vida, porém qual era o entendimento dos mesmos para atuar em caso desta magnitude? A banca de jurados conhecia a lei? Sabiam ao menos interpretar os quesitos?

Para ser jurado basta:

a)    ser maior de 21 anos e alfabetizado;

b)    possuir notória idoneidade;

c)    estar gozando de plenos direitos políticos;

d)    estar gozando de plenas faculdades mentais.

Mas isso é suficiente?

Ressalto que o promotor atuou com brilhantismo, demonstrando de forma clara e precisa que o acusado de fato era o assassino.

Já a defensora fez um teatro trazendo ao julgamento inúmeros casos de sua vida pessoal que não eram de interesse de ninguém, utilizando destes subterfúgios para confundir ainda mais os jurados, que claramente demonstravam confusão.

Simulou choro de emoção ao dizer e reafirmar que não confia no trabalho da Polícia Civil, e enalteceu o trabalho da Polícia Militar que estava presente, novamente trazendo casos de sua vida pessoal para justificar.

Uma defesa cheia de falhas, exemplo disto foi quando no interrogatório o réu disse ter tomado conhecimento do crime apenas uma semana depois do ocorrido, sendo que na data que o corpo foi encontrado houve grande alvoroço de carros de policia, IGP, mídia, jornais, curiosos, família, e amigos. Pelo simples fato dele ser vizinho da vítima não tinha como não saber???

Ainda, em um primeiro depoimento disse que comprou a CPU e a máquina fotográfica, que foram roubadas da casa da vítima, de alguém que ele não sabe quem, nem soube descrever se é gordo, magro, branco preto e afins. Já em um segundo depoimento, disse que havia comprado os pertences de uma outra pessoa, mas que também não sabia dar maiores informações, e desta vez o valor da compra foi diferente.

Um detalhe destacado pela promotoria foi que durante o interrogatório na delegacia lhe foi dito: “o problema não é a CPU e a máquina fotográfica, o problema são as joias que sumiram”. De imediato ele respondeu: “Joia eu não peguei”. Alguns segundos depois tendo percebido que havia se entregado tentou mudar a versão dos fatos.

Um réu que teve sua confissão gravada, a qual foi exibida durante a sessão para que fosse demonstrado que não houve tortura e que não havia de fato uma arma apontada para sua cabeça, conforme a defesa tentou justificar.

Na confissão dele: “eu entrei pela janela, verifiquei se não havia mais ninguém na casa, fui até o quarto onde Seloni dormia, dei uma facada na nuca, e disse agora você sabe quem eu sou. Em seguida dei ao menos mais 12 facadas, ela tentou gritar e de fato gritou, pois segundo os vizinhos, os gritos de terror foram “SOCORRO MÃE!!!”. Fiquei olhando ela agonizar por uns 15 minutos. Esperei para ter certeza que havia morrido. Ela havia caído no chão, puxei o colchão da cama em cima dela e quando estava saindo vi a CPU e a máquina fotográfica e aproveitei para levar”.

Ele matou de forma cruel, sem chance de defesa, pois ela estava dormindo de costas e recebeu o primeiro golpe na nuca perdendo completamente a orientação e ainda foi surpreendida por outros inúmeros golpes de faca, vindo a óbito.

Diante do exposto, não é aceitável que um júri composto por cidadãos comuns, que apenas preenchem os requisitos para serem jurados, porém que não tem conhecimento sobre a lei e nem discernimento para interpretar quesitos, tenha absolvido o réu do crime, que segundo a promotoria, foi o mais bárbaro na história de Herval d’oeste.

Não é possível que o júri tenha reconhecido que foi ele quem desferiu os golpes de faca, causando o óbito da vítima, porém na hora de votar opta pela absolvição. Então que segurança temos? Todos nós, trabalhadores, estudantes, donas de casa, membros da sociedade... O que nos protege?  O que nos garante que a justiça será feita? Jurados despreparados e incapacitados?

Seloni era filha única, mãe de dois filhos, tinha residência fixa era acadêmica, estava nas fases finais da faculdade, tinha emprego fixo, era amiga, companheira, mulher guerreira. Agora para nós que perdemos o direito de desfrutar de sua companhia nos resta preencher o vazio que sua falta deixa indo até o cemitério para deixar flores em uma lápide fria. E para aquele assassino covarde resta desfrutar de sua vida normalmente como se nada houvesse acontecido!

Justiça é o que se busca, nada mais!

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