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Estado

Alesc homenageia força-tarefa que atuou nos atentados em SC

Publicado em 29/03/2016 ás09:58

Solon Soares/Agência AL

Foto: Solon Soares/Agência AL

A Assembleia Legislativa, atendendo a proposição da Mesa Diretora, realizou na noite de segunda-feira (28) uma sessão especial em reconhecimento aos policiais e magistrados que atuaram na operação Salve Geral, realizada entre 2012 e 2013 em combate ao crime organizado.

A operação policial, considerada a maior já desenvolvida no estado, aconteceu em resposta às facções criminosas que, de dentro de unidades prisionais, comandaram uma onda de atentados a ônibus, prédios do governo, bases policiais e veículos particulares, em diversos municípios catarinenses.

O presidente do Legislativo estadual, deputado Gelson Merisio (PSD), que conduziu a sessão, afirmou que, mais do que apontar nomes, a solenidade tinha como objetivo destacar o trabalho prestado pelo funcionalismo público estadual. “Muito mais que apenas fazer homenagens pessoais, queremos aqui reconhecer o trabalho, a vocação e a dedicação ao serviço público por essência. E num momento como este, pelo qual o país passa, temos uma necessidade maior de contar com pessoas que têm responsabilidade e oportunidade de fazer forma diferente, de ir além de suas obrigações em suas missões de servir sociedade catarinense.”

Manifestação semelhante foi apresentada pelo deputado Antônio Aguiar (PMDB), que falou em nome dos demais parlamentares da Casa. “Esta homenagem não é dirigida somente aos integrantes da força-tarefa, mas a todos os que fazem diariamente um trabalho incansável junto à população para que as leis sejam cumpridas.”

Penas superaram mil anos
De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), Flávio Duarte de Souza, as primeiras movimentações contra o crime organizado no estado começaram em outubro de 2012, dois meses antes do início da onda de atentados que tomou o estado.

À época, um informe feito por policiais de Itajaí dava conta da atuação no município de uma facção criminosa denominada Primeiro Comando Catarinense (PCC), fato que também foi constatado em Blumenau. “Diante da resposta afirmativa, o Ministério Público não poderia ficar inerte e, em novembro de 2012, quando começaram os atentados, procuramos o Poder Judiciário em Blumenau. Diante do que foi coletado, tivemos respaldo e passamos a atuar no combate ao crime organizado em conjunto com a Deic [Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil].”

Para o promotor, o sucesso da operação deve-se à combinação de esforços de todos os elementos envolvidos. “Se não houvesse essa união, essa confiança recíproca e a participação todos agentes da segurança pública do estado, nada seria possível. O estado de Santa Catarina está acima de qualquer vaidade, medo ou receio diante da necessidade de adoção de medidas.”

As investigações realizadas no âmbito da operação Salve Geral duraram três meses e envolveram números vultosos, como a interceptação de 500 ramais telefônicos, com 80 mil horas de gravações, e a expedição de 98 mandados de prisão e 200 de busca e apreensão.

O trabalho policial foi concluído após a elaboração de um inquérito de 13 volumes, contendo aproximadamente 4 mil páginas. As penas aos envolvidos totalizaram mais de mil anos de prisão, em um processo composto de 68 volumes e 15 mil páginas.

Segundo a desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), Marli Mosimann Vargas, o julgamento da apelação durou 13 horas e resultou no maior acórdão já realizado nos 124 anos de história Judiciário catarinense, em um total de 1.147 páginas. “Foi um trabalho árduo, mas a Justiça foi feita com rapidez e, após dois anos, devemos cumprimentar todos os envolvidos na operação e trabalhar para evitar que estes atos criminosos se repitam.”

O delegado da Divisão de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil, Procópio Batista da Silveira Neto, por sua vez, afirmou que o desenvolvimento das ações exigiu a criação de uma estratégia própria, dado o ineditismo de combater uma organização criminosa como o PCC. “Não tínhamos o know-how de onde queríamos chegar e de como faríamos tudo. Fomos aprendendo no meio do caminho entre tentativas, erros e acertos. Com o tempo, conseguimos desvendar a organização criminosa por dentro, saber como funcionava de dentro dos presídios e quais eram seus líderes, algo que nunca foi feito no estado.”

Ainda segundo Procópio, os resultados finais da operação atualmente são bem conhecidos da sociedade catarinense, mas poucos sabem quem tomou parte nas ações, que em muitos momentos exigiu 20 horas de trabalho ininterrupto dos agentes envolvidos. Para ele, a homenagem prestada pela Assembleia Legislativa cumpre justamente este papel, de enaltecer um trabalho que ficará como referência na área de segurança pública no estado. “Esta homenagem me deixa muito feliz, por saber que hoje eles estão sendo reconhecidos, que seus familiares e amigos estão podendo lhes dar os parabéns, que eles foram heróis e que seus nomes ficarão registrados na história de Santa Catarina. Enquanto tivermos profissionais como esses, vale a pena fazer o que a gente faz.”

Homenageados:

  • Marli Mosimann Vargas, desembargadora do TJ-SC
  • Jussara Schittler dos Santos Wandscheer, juíza de Direito
  • Flavio Duarte de Souza, promotor de Justiça do MP-SC
  • Procópio Batista da Silveira Neto, delegado de polícia
  • Antônio Cláudio Seixas Joca, delegado de polícia
  • Chistyan Dago Prado Anderson, escrivão de polícia
  • Cristian Carlos Cardoso, agente de polícia
  • Mylena Gomes Espíndola, agente de polícia
  • Gustavo Oliveira de Abreu, agente de polícia
  • Ricardo Nascimento Cavalcante, agente de polícia
  • Diego Coradini Crescêncio, agente de polícia
  • Ivan de Souza Castilho, agente de polícia
  • Illan Palermo Romano, agente de polícia
  • Everton Medeiros, agente penitenciário
Fonte: Agência AL

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