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Joaçaba

Homem condenado injustamente participa de aula na Unoesc

Publicado em 06/07/2016 ás16:00

Advogado Éber Bundchen e Jair Dalberti

Foto: Advogado Éber Bundchen e Jair Dalberti

Esteve na última sexta-feira (1º) em Joaçaba, o homem que recebeu uma indenização de R$1,5 milhão por ter sido preso injustamente pela morte de um policial rodoviário federal em Vargem Bonita, no ano de 1998.

Jair Dalberti, ao lado de seu advogado Éber Bundchen, participou da aula prática de Psicologia Jurídica, promovida pelo professor do curso de direito da Unoesc, Clayton Luiz Zanella, com os acadêmicos da 7ª fase. “Este evento tem por objetivo socializar uma vivência pessoal e uma vivência profissional concernente ao direito e a vida em sociedade”, ressaltou o professor, ao comentar que pretende promover outros debates com este tema: quando a justiça é injusta. “Se é para se ter direito, que se tenha justiça”, defendeu Zanella.

O advogado Éber Bundchen, contou que conheceu Jair em 2000, quando visitava seus clientes no Presídio Regional de Joaçaba. De acordo com ele, os próprios detentos pediram para defender o homem, pois não acreditavam em sua culpa. “Me propus a ouvi-lo e senti nos seus olhos a inocência”, lembrou. Para Éber, a Justiça Federal errou ao não ter analisado as provas de forma concreta e não ter dado a chance para o acusado se defender. “A instrução do processo foi muito rápida, e automaticamente as consequências foram gravíssimas. Jair foi condenado a 15 anos de prisão, permanecendo quase 6 anos encarcerado”, detalhou. As provas levantadas posteriormente foram contundentes e a justiça acatou a revisão criminal, inocentando o condenado em 2004.

Jair falou de seu drama aos acadêmicos, pois na ocasião apenas deu uma carona a um amigo do trabalho, que pediu para levar outras pessoas no carro, sendo que eles acabaram posteriormente assassinando um policial rodoviário federal e assaltando um ônibus, que iria para o Paraguai. “Nunca perdi as esperanças, pois não cometi crime”, disse Jair ao agradecer o empenho do advogado. Em razão da sentença, ele contou que teve que desmanchar o noivado, pois não havia mais perspectivas para o casal seguir com o relacionamento, além de todo abalo emocional que sofreu durante o período que esteve atrás das grades. “Tem coisas que não se apagavam, mas graças a Deus teve um final razoável”, avaliou. Ao finalizar, Jair disse que trocaria o dinheiro da indenização pelos seis anos de privação. “Dinheiro ajuda, mas a liberdade não tem preço que pague”.

Repercussão internacional

O caso foi selecionado entre outros em todo o mundo para fazer parte de um seriado do Canal Americano A&E, exibido no Brasil pela TV a Cabo.

Acompanhe abaixo as entrevistas:

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