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Publicado em 02/08/2018 ás10:00
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), juntamente com a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (02) a Operação Emergência, desmantelando uma organização criminosa que fraudava a lista de espera por procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Meio Oeste catarinense.
Foram cumpridos os nove mandados de prisão temporária e 38 dos 39 mandados busca e apreensão nos municípios catarinenses de Caçador, Lebon Régis, Ibiam, Timbó Grande, Ibicaré, Videira, Rio das Antas, Calmon, Santa Cecília, Faxinal dos Guedes, Ponte Serrada. O mandado que seria cumprido em Balneário Camboriú deixou de ser efetivado em função de mudança de endereço do investigado.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina atendendo a pedido da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC. Os presos temporários - agentes públicos e profissionais da saúde - foram conduzidos para a Unidade Prisional Avançada de Caçador.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências, empresas, consultórios médicos, órgãos públicos e estabelecimentos hospitalares. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos, documentos relacionados aos pacientes atendidos pelo esquema criminoso e quantias em dinheiro.
A INVESTIGAÇÃO
A Operação Emergência apura a prática dos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, concussão, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsidade de atestado médico, fraude em licitação, entre outros crimes e atos de improbidade administrativa.
O nome da operação deve-se ao fato de a investigação apontar que a organização criminosa atuava de modo a "emergenciar" os pacientes favorecidos, simulando situações de emergência clínica para que os pacientes, mediante pagamento ou outros interesses, recebessem atendimento como urgência hospitalar, burlando as centenas de pessoas que aguardam procedimentos cirúrgicos nas listas de espera do SUS.
Durante a investigação, constatou-se esquema paralelo e escuso de "fura-fila" no SUS, envolvendo agentes públicos e terceiros, que beneficiam pessoas determinadas em procedimentos cirúrgicos e, mediante o pagamento indevido e violação às regras de organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde, adotam medidas ilícitas, para "agilizar" o atendimento respectivo, em sua maioria no Hospital Maicê de Caçador. Entre as práticas ilícitas adotadas para agilizar e desrespeitar a ordem de atendimento estava a inserção de dados falsos no Sistema Nacional de Regulação (SISREG) pelos profissionais de saúde, que registravam um procedimento eletivo como "emergência".
A operação é conduzida pelo núcleo regional de Lages do GAECO, e conta com o apoio dos núcleos regionais de Joinville, Blumenau, Capital, Chapecó, São Miguel do Oeste, Itajaí e Criciúma, do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC/MPSC), do Instituto Geral de Perícias (IGP) e do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor (CDH/MPSC).
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