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Agricultura

Colheita de pinhão está proibida até 1º de abril em Santa Catarina

Publicado em 25/03/2025 ás10:00

Acervo do Centro Vianei

Foto: Acervo do Centro Vianei

O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) tem se destacado em ações para garantir a preservação dos remanescentes da Floresta de Araucárias. Uma das medidas essenciais para o equilíbrio desse ecossistema é a proibição da colheita, transporte e comercialização do pinhão antes do dia 1º de abril, conforme a Lei Estadual 15.457/2011. O período de defeso, como é conhecido, visa assegurar o amadurecimento das sementes do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), promovendo a reprodução da espécie, a alimentação de animais silvestres e os benefícios socioeconômicos do extrativismo do pinhão.

Durante o processo de maturação das pinhas, as sementes caem naturalmente no chão, alimentando diversas espécies de animais, como roedores e aves, especialmente a gralha-azul. Esse processo é vital para a dispersão das sementes e, consequentemente, para o crescimento de novas árvores, contribuindo para a manutenção da floresta. A proibição da coleta antes da maturação visa garantir que as pinhas não sejam retiradas prematuramente, impedindo a continuidade desse processo ecológico.

A maturação do pinhão também atrai a visita de espécies migratórias, como o papagaio-charão (Amazona pretrei), que se desloca do Rio Grande do Sul para Santa Catarina, onde se alimenta das sementes. Esta espécie está ameaçada de extinção e, por isso, o pinhão é uma importante fonte de alimentação para ela, além de ser crucial para a conservação do ecossistema da Floresta de Araucárias.

Além de seu valor ecológico, o pinhão desempenha um papel econômico significativo na região do Planalto Serrano Catarinense. De acordo com um diagnóstico realizado pelo PAT Planalto Sul, cerca de 12 mil famílias dependem do extrativismo do pinhão, sendo que 30% delas têm o pinhão como uma das principais fontes de renda. Essas famílias são responsáveis por cerca de 75% da produção estadual de pinhão, com muitos agricultores adotando Sistemas Agroflorestais (SAF) que incluem araucárias e outras espécies nativas, como uvaia, araçá e erva-mate. Para essas famílias, a comercialização do pinhão representa aproximadamente 50% da renda obtida.

A relevância econômica do pinhão, aliada à sua função de conservação da biodiversidade, resultou na criação do Plano de Ação para Potencialização da Cadeia Produtiva do Pinhão, desenvolvido em 2022 pelo PAT Planalto Sul. Este plano, elaborado em parceria com diversas entidades, visa fortalecer a cadeia produtiva do pinhão, garantindo benefícios tanto para as comunidades locais quanto para a preservação da floresta.

A bióloga do IMA e coordenadora do PAT Planalto Sul, Luthiana Carbonell, destaca a importância de manter um olhar atento sobre a atividade extrativista do pinhão, que beneficia as comunidades envolvidas e contribui para a conservação de um ecossistema ameaçado. "Além de deixar um legado para as gerações futuras", afirma Luthiana.

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