Há vagas. Com uma baixa taxa de desemprego no País, economia aquecida e vários setores produtivos apresentando grande crescimento, o sentido da busca se inverte e são as empresas que procuram por trabalhadores. A questão é que não se trata de uma busca por qualquer trabalhador, mas sim de uma busca por talentos, isto é, por profissionais qualificados para os desafios enfrentados pelas organizações.

Esse foi o assunto da primeira noite do II Seminário de Desenvolvimento Humano, promovido pela Unoesc e pelo Núcleo de Recursos Humanos da Associação Comercial e Industrial do Oeste Catarinense (ACIOC) em Joaçaba. Na noite desta terça-feira, o evento teve a participação do contador Sidnei Manoel Rodrigues, que tem MBA em Gestão, em Liderança e em Direito, é mestrando em Administração com foco em Estratégia e coordena o programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

Sidnei apontou vários fatores que motivam a escassez de profissionais vivenciada pelas empresas brasileiras: a necessidade de avançar na formação do trabalhador, desde o nível básico; a falta de estratégias que retenham os trabalhadores que já fazem parte do corpo de colaboradores; a necessidade de ampliar a produtividade, com inovação, logística, pesquisa e desenvolvimento; a inclusão dessas pautas em estratégias governamentais, de modo a reter os jovens profissionais em suas regiões de origem e evitar, com isso, a chamada litoralização; o aquecimento da economia; a concorrência natural entre os setores, já que o crescimento de um atrai profissionais que antes trabalhavam em outros segmentos; e a baixa taxa de desemprego registrada no País.

— Estamos num momento de guerra por profissionais. Então, a estratégia comum não basta. A empresa precisa ter diferenciais. E o que percebemos, muitas vezes, são empresas preocupadas em buscar bons profissionais, mas não em garantir que os que já estão na empresa fiquem. E dá para evoluir bastante nisso — afirmou o palestrante.

Se é um desafio para os empregadores, esse cenário é muito favorável para os trabalhadores, já que é um momento de muitas oportunidades. O segredo, segundo Sidnei, é qualificação. Ele lembra que mesmo nesse contexto há empresas que não preenchem suas vagas por não encontrarem profissionais com perfil adequado, embora haja muitos profissionais interessados em ingressar nos seus quadros de colaboradores.

— Se quer ficar na região, é necessário identificar as empresas existentes aqui, as oportunidades, os cargos e as possibilidades de carreira nessas empresas. E se qualificar nessa direção — disse.

Exemplos da região

O 2º Seminário de Desenvolvimento Humano continua nesta quarta-feira, com representantes de quatro empresas da região: Organizações Limger, de Joaçaba; Tirol, de Treze Tílias; Reunidas, de Caçador; e Copercampos, de Campos Novos. Cada representante socializará as iniciativas de sua empresa para buscar e reter profissionais.

O evento é aberto à comunidade regional, de forma gratuita e sem a necessidade de inscrição. É realizado no Auditório Afonso Dresch, na Unoesc, com início às 19h30.