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Paratleta Aline Rocha reencontra Bombeiro nove anos após acidente

Publicado em 18/08/2015 ás09:45

Betina Humeres/Agencia RBS

Foto: Betina Humeres/Agencia RBS

Aos 15 anos, Aline Rocha ia de Catanduvas a Vargem Bonita, com a mãe e o irmão quando sofreu um acidente de carro. Ela estava no banco de trás e usava cinto de segurança, mas o impacto da batida registrada na BR-282 no dia 25 de junho de 2006, às 17h25min, foi suficiente para fraturar a coluna, atingir a medula e deixar a jovem paraplégica. O bombeiro Valmir Parise, que atuava em Joaçaba, foi deslocado para atender a ocorrência e sensibilizou-se com a lesão da garota, que à época tinha a mesma idade de sua filha.

— Quando cheguei ao local, ela me disse que sentia formigamento nas pernas e reconheceu que isso não era um bom sinal. Eu já sabia da gravidade. Aquilo me tocou muito, principalmente por ela ser jovem. Guardei o telefone da família por muito tempo — conta o bombeiro.

Eles nunca se esqueceram um do outro. Passados nove anos do acidente, Aline e Valmir se reencontraram em Florianópolis no último fim de semana, depois de combinarem pelo Facebook graças a um amigo em comum. Os dois não puderam conter as lágrimas no primeiro abraço em frente à ponte Hercílio Luz.

— Obrigada. O esporte me deu asas — disse, emocionada, Aline a Valmir.

O bombeiro atualmente trabalha em Tijucas, na Grande Florianópolis, e fez questão de vir à Capital ver de perto a superação de Aline, que descobriu o amor pela corrida em cadeira de rodas.

Agora com 24 anos, a paratleta competiu e bateu o próprio recorde no percurso de 42 quilômetros da Maratona Caixa de Santa Catarina no domingo: de 2h18min para 1h58min, a melhor marca brasileira nesse tipo de prova feminina. Ela é a líder do ranking brasileiro na maratona de rua, 1,5 mil metros e 5 mil metros. Nas outras modalidades, é vice-campeã.

Da cadeira de rodas cor-de-rosa à de competição

Aline fala com naturalidade sobre o acidente que a deixou paraplégica.

— Ninguém queria me dar a notícia, mas eu já sabia o que viria. Quando me falaram, só pedi uma cadeira de rodas cor-de-rosa — lembra.

A evolução para a vida esportiva foi um passo maior para a jovem. Isso porque Aline fugiu a vida inteira das aulas de Educação Física. Não gostava de esportes até que foi convidada a conhecer a Associação Regional dos Atletas com Deficiência (Arad) quatro anos depois do acidente. Fernando Orso, um dos fundadores do órgão que hoje é seu companheiro, a convidou para participar de três provas dos Jogos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), em 2010.

— Vi que ela tinha porte para ser corredora. Sem treinar muito, ela ganhou bronze em três provas: 100, 200 e 400 metros — lembra o namorado.

— Relutei um pouco no início, mas a sensação de liberdade e as vitórias me convenceram — complementa.

Quer voar alto

Depois disso, ela não largou mais a cadeira de rodas para competições estaduais, nacionais e até internacionais. Com as asas que diz ter recebido, quer voar alto: competir na Paralimpíada do Rio de Janeiro no ano que vem. Para atingir o objetivo, vem treinando forte há um ano e meio, quando se mudou para São Caetano do Sul, em São Paulo, para frequentar o Centro de Treinamento onde é mantida pelo governo, três patrocinadores e pela própria família.

Em uma prova no Japão em outubro, ela espera atingir o tempo necessário para a classificação olímpica na maratona de rua: 1h55min.

— Só falta baixar três minutos. Mas eu quero sempre mais — diz a esportista, que conta com o olhar de aprovação do socorrista Valmir.

Fonte: Gabriele Duarte/Diário Catarinense

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