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Publicado em 23/09/2014 ás21:00
Foram aproximadamente sete horas de sessão do júri popular que condenou Jocemar Felipe da Silva a 15 anos, 10 meses e 16 dias de reclusão em regime inicialmente fechado pela morte de Joice Eliane da Silva Chaves, sua ex-companheira. No julgamento que iniciou as 13h00 desta terça-feira (23) e só terminou às 20h00, a defesa da promotora de Justiça Rafaela Denise da Silveira, e seu auxiliar Daniel Meira, convenceu os jurados que o crime foi um homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil (ciúmes) e asfixia (meio cruel), já que Joice foi vítima de uma parada cardiorrespiratória.
“Em cada interrogatório ele deu um versão diferente”, disse a promotora sobre as contradições do réu. “Ele tirou a vida dela de forma covarde, e nem mesmo tentou socorre-lá. Quis livrar sua pele ao tentar forjar um suicídio”, acrescentou Rafaela ao defender sua posição.
Em seu depoimento, Jocemar relatou que naquele dia, Joice lhe agrediu com um tapa no rosto após fazer comparações dela com a atual namorada. Ele contou que a agarrou pelo pescoço por acreditar que ela iria matar o filho e acabar com família. “Ela já tinha ameaçado uma vez, quando se trancou no banheiro com o menino”, disse ele. No entanto, não conseguiu comprovar sua versão.
O advogado de defesa Leonir Carneiro, argumentou que o réu não teve a intenção de matar. “Foi um desentendimento de casal que resultou nessa desgraça”, afirmou Carneiro, dizendo que respeita a opinião dos jurados, no entanto, informou que vai estudar o processo para recorrer da decisão. “Eu acredito que ele não queria matar essa mulher. Vou recorrer de uma das qualificadoras e tentar diminuir um pouco a pena que ficou alta”.
Para o auxiliar de acusação Daniel Meira, o resultado foi justo. “Os jurados analisaram as provas produzidas dentro do processo e acataram a tese da acusação de homicídio duplamente qualificado”.
Ao final de sua defesa, a promotora declamou um poema em nome de Joice que comoveu a todos na sessão. [Não quero piedade para minha sorte. Quero... Exijo... Requeiro... Justiça pela minha morte]. (Edilberto de Campos Trovão)". “Não sou uma promotora de defesa, sou uma promotora de justiça, e é isso que peço aos senhores do jurados”, concluiu.
A atuação incisiva da promotora Rafaela, que com lagrimas nos olhos pediu a condenação do réu, foi elogiada pela mãe de Joice. “Excelente. Como ela é guerreira. É do lado dos inocentes”, disse Eva Terlan, com o coração acalentado. “A lei dos homens foi feita”, completou.
O juiz Tiago Fachin presidiu a sessão do júri e parabenizou a conduta de todos. “Prevaleceu o entendimento da população de Herval d´Oeste e a pena foi fixada”, disse. De acordo com ele, foi reconhecido e abatido da pena os três meses que Jocimar ficou preso.
O crime
O crime aconteceu no dia 08 de novembro de 2013 na Rua São Paulo, bairro Vila Rica em Herval d´Oeste. Segundo com o inquérito policial, Jocemar foi até a casa da vítima querendo reatar a relação. Após uma discussão, ele agarrou Joice pelo pescoço e a matou por asfixia. Para encobrir o crime, ele cortou a corda do varal, pendurou na viga da casa e passou em seu pescoço, tentando forjar um suicídio, versão que não conseguiu sustentar durante o interrogatório na delegacia e mediante as evidências.
Assista abaixo a saída de Jocemar da sessão do júri e as entrevistas:
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